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sábado, 4 de janeiro de 2014

SECA OBRIGA MORADORES DO RN A GASTAR BOLSA FAMÍLIA EM ÁGUA POTÁVEL

O Rio Grande do Norte enfrenta a pior seca dos últimos 50 anos, com estiagem que já dura mais de um ano em diversos municípios. A falta de água mudou a rotina de milhares de famílias carentes do sertão, que são obrigadas a gastar boa parte do dinheiro que recebem de programas sociais – como o Bolsa Família – para poder beber, cozinhar e tomar banho.


No dia 19 de setembro, a governadora Rosalba Ciarlini decretou "situação de emergência por seca" em 150 dos 167 municípios do estado. Em novembro, a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) informou que nove municípios permanecem em colapso no abastecimento. A Caern admitiu que não tem condições de abastecer a cidade e suspendeu a emissão de faturas aos moradores.
Durante três dias, o G1 percorreu mais de 1.200 quilômetros de estradas de terra e asfalto para ver quais são as dificuldades enfrentadas pelos moradores de Ipueira, Carnaúba dos Dantas, Equador, São José do Seridó, Antônio Martins, Água Nova, João Dias, Pilões e São Francisco do Oeste. Além da morte de animais e da destruição de lavouras, foi possível ver que os moradores travam uma luta diária pela própria sobrevivência, em busca de água potável.
No domingo (1°), o "Fantástico" mostrou como funcionam os programas que combatem a seca no Nordeste com caminhões-pipa. O principal responsável pela distribuição no semiárido do Brasil é o Exército, que paga até R$ 15 mil mensais para cada um dos 6 mil pipeiros responsáveis por levar água a 835 cidades, em nove estados, para quase 4 milhões de pessoas. Só em 2013, o governo já gastou mais de meio bilhão de reais no programa. Em dois meses de investigação, a reportagem encontrou tanques imundos, água contaminada e entregas que nunca foram feitas.



Com o nível dos reservatórios muito baixos, a companhia estadual não consegue distribuir água em todas as cidades. Por conta disso, suspendeu a cobrança das contas em nove municípios, que dependem da chegada de caminhões-pipa. "Ninguém mais dá bom dia na rua. Primeiro a gente pergunta se tem água na caixa", disse a dona de casa Marina Medeiros, de 40 anos. Moradora de Ipueira, na região Seridó, ela busca água todas as manhãs nas caixas comunitárias abastecidas pelos caminhões.
A produtora de vendas Robéria Danielle Dantas, de 27 anos, mora em Carnaúba dos Dantas e conta que teve que readaptar a vida por conta da escassez de água. A maior mudança, segunda ela, é não ter conforto para tomar banho. "Não sei mais o que é tomar um banho decente. Há dois anos, só tomo banho de cuia."
Nas cidades visitadas, o G1 ouviu várias histórias de sofrimento por conta da seca. Brigas e ameaças na disputa por um lugar na fila dos chafarizes públicos e das caixas d'água comunitárias já viraram casos de polícia. Sem água nas torneiras, o pouco líquido que restou em poços e barragens é barrento e tem mau cheiro, impróprio para o consumo humano. Quem se arrisca e bebe, adoece facilmente. Os mais frágeis, como crianças e idosos, sofrem com diarreia e desidratação.
O comércio de água é o único beneficiado. Há relatos de quem largou a profissão para vender galões e barris a moradores. O vaivém de caminhões e motocicletas adaptadas para transportar água já faz parte da paisagem há quase um ano. Quem tem cisterna também precisa gastar dinheiro para encher os reservatórios. Quem não tem improvisa com baldes e barris. Vasilhas decoram as calçadas.


Carnaúba dos Dantas


A primeira parada do G1 foi em Carnaúba dos Dantas. A cidade fica na região Seridó, a 220 km de Natal. No caminho, a movimentação de carros-pipa já deu sinais do quanto a ajuda é necessária. A maioria dos veículos faz parte da Operação Pipa, programa de responsabilidade do Exército brasileiro.
Segundo o coronel Marcelo Pellense, coordenador do programa no Rio Grande do Norte, em 113 municípios do estado caminhões foram contratados para levar água aos desassistidos pela seca. "Toda a água que o Exército fornece é potável, vem da própria Caern e é apropriada para o consumo. Nas cidades em que a Caern não tem de onde tirar água, são os municípios que indicam os mananciais. A cada 30 dias, as prefeituras precisam nos enviar relatórios de análise da qualidade da água", ressaltou o oficial.
De acordo com o coronel Josenildo Acioli, coordenador da Defesa Civil no Rio Grande do Norte, o estado mantém caminhões-pipa em 24 municípios que não fazem parte da lista dos 113 que já são assistidos pelo Exército. Segundo ele, a água oferecida à população também é apropriada para o consumo.
Ainda de acordo com Acioli, a água que é fornecida gratuitamente para essas 24 cidades (incluindo João Dias, Pilões e São Francisco do Oeste) pode acabar. Para evitar que isso ocorra – uma vez que só há recursos para garantir o fornecimento até o fim de janeiro de 2014 – o órgão está apelando ao governo federal.
"Protocolamos em outubro, junto à Secretaria Nacional da Defesa Social, um pedido de mais recursos. Ainda não tivemos resposta, mas precisamos prorrogar nosso programa de atendimento por pelo menos mais seis meses. Para isso, são necessários R$ 9,2 milhões", afirmou Acioli.


Ipueira


Em Ipueira, cidade que também fica no Seridó potiguar, os problemas com a falta d'água se repetem. O colapso no abastecimento levou a prefeitura a instituir um "cartão vale água". Com ele, cada residência tem direito a 120 litros de água potável por semana. O controle passou a vigorar há três meses e já virou caso de polícia. Osawa Brasil, servidor público que controla a distribuição de água potável, já foi ameaçado de levar uma surra por um morador.
Ipueira está com colapso no abastecimento desde agosto. A Caern diz que o abastecimento só será normalizado quando tiver capacidade de retirar água das barragens da região.


São José do Seridó

Quatro quilômetros é a distância que separa a população de São José do Seridó do sonho de acabar com a constante falta d'água. A tubulação do novo sistema adutor da cidade era para ter sido entregue no dia 19 de novembro do ano passado, mas um erro no projeto atrasou a conclusão da obra. Segundo a Caern, o novo sistema de captação, adução, tratamento e reservação do sistema de abastecimento de São José deve ser concluído em setembro de 2014.


A Caern explicou ao G1 que, durante a execução do projeto, a empresa contratada observou que a geologia do solo, bastante rochoso, impedia o andamento do plano original. Por isso, em setembro, a obra foi suspensa para uma readequação. As modificações foram enviadas à Fundação Nacional de Saúde (Funasa), responsável pela análise e liberação dos recursos, em novembro do ano passado.
Essa readequação vai custar R$ 400 mil a mais na obra. "Originalmente, os recursos tinham a ordem de R$ 2,7 milhões, e com a readequação foram para R$ 3,1 milhões, tendo sido executado R$ 1 milhão na construção de uma adutora por gravidade, que está hoje 70% concluída. O dinheiro a ser liberado será usado para finalizar essa adutora e, ainda, a execução de dois reservatórios elevados, uma Estação de Tratamento de Esgotos e uma adutora por recalque", diz a Caern em nota emitida por sua assessoria de imprensa.


Adutoras, barragens, cisternas e dessalinizadores


A assessoria de comunicação do governo do estado informou que a governadora Rosalba Ciarlini preside o Comitê Gestor de Avaliação e de Combate à Seca, que semanalmente se reúne para monitorar a execução das ações estratégicas realizadas com o apoio das secretarias estaduais, do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. Dentro das ações, está a construção de mais de 700 quilômetros de adutoras, 3.400 barragens submersas e 17 mil cisternas, além da recuperação de 60 dessalinizadores e da perfuração de mais de 200 poços em vários municípios.
A comunicação do governo citou como exemplo um incremento de mais 22 quilômetros de adutora. A perfuração de outros 12 poços no Sistema Adutor Monsenhor Expedito deve passar a fornecer, nos próximos meses, uma oferta de 750 metros cúbicos a mais de água por hora, um aumento de aproximadamente 50% na produção, que deverá beneficiar mais de 240 mil pessoas em 30 municípios da região central e agreste do Rio Grande do Norte.
Quando entrar em operação, a adutora Monsenhor Expedito deve fornecer 2.200 metros cúbicos de água por hora, dobrando sua capacidade. A previsão é que neste mês a obra inicie sua fase de testes e seja inaugurada em janeiro de 2014.
No dia 28 de novembro, foi publicada no Diário Oficial da União a transferência de R$ 13,5 milhões do governo federal para o estado poder contratar obras da adutora de engate rápido em Pau dos Ferros, na região oeste. Com a publicação, o governo afirmou que será iniciado o processo de contratação da empresa que vai realizar as obras da adutora em caráter emergencial. "Os recursos serão liberados pelo Ministério da Integração, através da Defesa Civil Nacional, para uma conta específica da Defesa Civil Estadual, que é vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (Sejuc)", diz a assessoria do Caern.

"Pelo projeto, a captação da água será na cidade de Itaú, a partir da adutora do alto oeste, do subsistema Santa Cruz-Apodi. A adutora, que terá 43 quilômetros de extensão, levará água até o município de Pau dos Ferros, beneficiando diretamente 28 mil pessoas residentes na cidade e indiretamente 200 mil pessoas dos municípios vizinhos, que também usufruem da água de Pau dos Ferros", acrescentou a assessoria.


FONTE: G1 RN

Mais de 2.500 agricultores familiares receberão parcelas extras do Garantia-Safra

Mais de 2.500 agricultores familiares de Mossoró receberão parcelas extras de R$ 155 pelo Garantia-Safra 2012/2013. O pagamento será feito de janeiro até abril de 2014 para os agricultores que já tiverem recebido as cinco parcelas do seguro.
O pagamento de parcelas adicionais do benefício é assegurado pela Medida Provisória n° 635, publicada no Diário Oficial da União na última sexta-feira, 27. Em todo o país, o valor extra beneficiará mais de 686 mil agricultores familiares de 664 municípios.
Conforme o presidente do Sindicato da Lavoura de Mossoró, Francisco Gomes de Melo, embora o valor não seja suficiente para cobrir a perda da plantação, o valor do Garantia-Safra ajuda a amenizar os prejuízos causados pela estiagem. "Muitos agricultores perderam 100% da lavoura. Com o benefício do Governo Federal, esses trabalhadores podem contar com um dinheiro no fim do mês", diz.
Francisco Gomes lembra que a situação dos agricultores da região é bastante complicada devido a dois anos seguidos de perdas por conta da estiagem. "Estamos fechando 2013 com perdas de 99% da lavoura", afirma. Ele acrescenta que a situação não é pior devido às chuvas que caíram nos primeiros meses do ano.
"As chuvas em 2013 foram irregulares, por isso não deu para salvar a plantação. Mas deu para abastecer açudes, cisternas e amenizar os efeitos da seca de 2012", revela. Francisco Gomes destaca que a esperança do homem do campo é que o ano que estar por vir traga boas chuvas.
"As previsões para o período chuvoso de 2014 estão boas até o momento. E com base na nossa experiência no campo, anos terminados em 4 são sempre bons. Por isso, estamos confiantes de que 2014 será um ano de chuvas regulares para que possamos começar a recuperar os prejuízos causados pelas secas nos últimos anos", finaliza Gomes.
Seguro auxilia agricultores que perderam 50% da colheita
O Garantia-Safra é uma ajuda de custo para agricultores com perda de pelo menos 50% da produção por falta ou excesso de chuva.
O seguro vale em municípios com adesão ao Fundo Garantia-Safra, com perdas de feijão, milho, arroz, mandioca ou algodão.
A medida está dentro do conjunto de ações que o Governo Federal vem tomando para amenizar os efeitos da seca para os agricultores. Considerada uma das piores dos últimos 50 anos, a estiagem atinge 98% dos agricultores familiares aderidos ao Garantia-Safra.
Ao todo, serão pagos R$ 312,5 milhões para o conjunto de agricultores beneficiados. O aporte será de recursos da União no Fundo Garantia-Safra.
Fonte: O Mossoroense

Mais de 600 mil agricultores serão beneficiados com parcelas extras do Garantia-Safra

Mais de 686 mil agricultores familiares de 664 municípios receberão parcelas extras de R$ 155,00, pelo Garantia-Safra 2012/2013. O pagamento será feito de janeiro até abril de 2014 para os agricultores que já tiverem recebido as cinco parcelas do seguro. A Medida Provisória n° 635, publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira, 27, assegura o pagamento de parcelas adicionais do benefício Garantia-Safra. 

“A perda da safra 2012/2013 da Região Nordeste e do norte de Minas Gerais está confirmada e o próximo período de plantio das culturas alimentares na região só terá início, para maioria dos estados, a partir de janeiro de 2014”, explica o secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Valter Bianchini. “Assim, não haverá colheita de feijão, milho, arroz, mandioca, as principais culturas utilizadas na alimentação dos agricultores que aderiram ao Garantia-Safra, antes de maio ou junho de 2014 para boa parte dos estados aderidos ao Garantia-Safra. Por isso, foram assegurados recursos para o pagamento de parcelas do benefício, pelo menos até abril de 2014”, complementa. 
A coordenadora do programa, Dione Freitas, da Secretaria da Agricultura Familiar do MDA, assinala que a medida está dentro do conjunto de ações que o Governo Federal vem tomando para amenizar os efeitos da seca para os agricultores. Considerada uma das piores dos últimos 50 anos, a estiagem atinge 98% dos agricultores familiares aderidos ao Garantia-Safra. 
Ao todo, serão pagos R$ 312,5 milhões para o conjunto de agricultores beneficiados. O aporte será de recursos da União no Fundo Garantia-Safra. 
Como será o pagamento
Quando os agricultores receberem a última parcela do Garantia-Safra 2012/2013, (que pagou uma parcela de R$ 140,00 e quatro de R$ 155,00), eles começarão a receber as parcelas extras no valor de R$ 155,00 cada uma. 
Não são todos os beneficiários da safra 2012/2013 que vão receber as quatro parcelas extras. Somente aqueles dos municípios com calendário de plantio antecipado e que comprovaram perda mais cedo, em função desse calendário 
Garantia-Safra O Garantia-Safra é um seguro que garante renda aos agricultores familiares de municípios que aderiram ao Fundo Garantia-Safra e que tiverem perda de pelo menos 50% da produção de feijão, milho, arroz, mandioca ou algodão, causadas por falta ou excesso de chuva. 
O Programa tem o objetivo de garantir condições mínimas aos agricultores familiares de municípios situados na área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste