Aos 77 anos de idade, Otomar Antônio Negri está comprando a primeira máquina para ajudar no trabalho no sítio. A carreta agrícola é um sonho antigo e vai ajudar no transporte da produção dos hortifrutigranjeiros e de alimentação para os animais. Durante muito tempo ele resistiu à aquisição do equipamento, pelo fato de não querer se endividar. Este ano, graças ao Mais Alimentos, decidiu comprar a máquina. “Finalmente, achei um modelo de que gostava e como as condições de juros e pagamento são boas, resolvi que estava na hora”, conta.
Há 54 anos, ele e a esposa, Iraci Maria Negri, 77, trabalham na terra que foi dos pais dele, em Rodeio Bonito (RS), município a 440 km de Porto Alegre. O sitio de 12,4 hectares, dividido com dois irmãos, foi que deu condições ao casal de criar oito filhos. Hoje, aposentados, os dois continuam produzindo alimentos, o orgulho de Otomar. “Muita gente foi plantar outras coisas, mas eu gosto de saber que estou alimentando as pessoas”, conta. Os produtos, livres de agrotóxicos, são vendidos na cidade, inclusive para o restaurante de um dos filhos.
Expectativa
A proposta de financiamento foi encaminhada durante visita à Expointer 2013 – exposição realizada em Esteio (RS), entre 26 de agosto e 1º de setembro. Na feira, as instituições bancárias que operaram o Mais Alimentos, formalizaram propostas de aquisição de máquinas no valor de R$ 340 milhões. As compras pelo Programa aumentaram em aproximadamente 35% em relação ao ano anterior.
O coordenador do Mais Alimentos no Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Marco Antônio Viana Leite, afirma que os bons resultados do Programa na Expointer refletem a expectativa de crescimento de financiamentos de máquinas e equipamentos agrícolas. “Estamos percebendo que o Programa Mais Alimentos terá uma aplicação maior este ano safra, tendo em vista que nos dois primeiros meses está havendo uma demanda maior por crédito para investimento. É importante perceber que a partir do lançamento do Programa, a agricultura passou a acessar mais crédito”, pontua.
Em cinco anos de funcionamento, foram investidos mais de R$ 15,5 bilhões, melhorando a qualidade e a eficiência da produção para cerca de 370 mil produtores familiares. A lista de produtos que podem ser financiados pelo Programa tem aproximadamente 4,5 mil itens, contemplando a maioria das atividades agropecuárias e não-agropecuárias desenvolvidas no País. Assim, além de fortalecer a agricultura familiar, o programa incentiva a indústria brasileira de máquinas e implementos agrícolas, favorecendo a inovação tecnológica e manutenção de postos de trabalho.