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Na manhã desta segunda-feira (19 de novembro), aconteceu um painel com o representante da Fiocruz, Daniel Groisman. Ele fez uma exposição sobre os desafios e perspectivas para o cuidado da pessoa idosa rural no Brasil, profissionalização e capacitação do cuidador. No Brasil, a maioria dos cuidadores informais não possui nenhum preparo ou qualificação para exercer esta atividade. E muitas vezes têm grande dificuldade para encontrar um espaço para obter orientações e apoio, seja nos serviços públicos ou privados.
Daniel apresentou alguns problemas já conhecidos nessa área são: maiores distâncias; menor acesso a serviços especializados; menor nível econômico; menor escolaridade; êxodo dos filhos; isolamento e solidão; menor acesso aos serviços de saúde e assistência social, dentre outros. “A ocupação de cuidador formal de idosos foi reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que a incluiu no Código Brasileiro de Ocupações em 2002. Portanto, é ocupação e não profissão”, informou o representante da Fiocruz.
Segundo estudos oficiais, apenas 24% desses cuidadores têm carteira assinada e baixa remuneração. “Então, percebemos que há pouca proteção social”. Hoje, o perfil do cuidador familiar no meio rural é de pessoas com 45, 50 anos ou mais, sendo na maioria das vezes as esposas, filhas e noras. “Existe uma invisibilidade do cuidado do idoso no campo. Esse assunto não está sendo debatido e tratado. Como é que vamos resolver os problemas se eles não são mostrados? Agora, só a regulamentação da profissão não basta. É importante para o Brasil avançar na direção de reconhecer o cuidador como um profissional e ser incorporado às políticas, mas é apenas uma medida dentro de um leque de outras que devem ser feitas”, refletiu.
Após a exposição, foi feito um debate sobre o tema e foram elencadas algumas propostas, como: criação da Rede Voluntária de Cuidadores; debater os desafios da profissionalização do cuidador e a relação com os cuidadores familiares; lutar pela destinação de recursos (bolsa) para esses cuidadores; que tipo de parceria pode ser estabelecida entre a CONTAG e Fiocruz; estabelecer no campo a organização de grupos de idosos; como acessar os cursos disponíveis de cuidador, e outras.
PRONATEC – No período da tarde os dirigentes sindicais levantaram propostas para o PRONATEC. Os destaques foram: que o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) estabeleça parceria com os ofertantes dos cursos nos estados e monte turmas; que os cursos contemplem a questão ambiental; e que seja viabilizado o transporte do meio rural para o urbano para freqüentar os cursos.
Também foram sugeridas temáticas para possíveis cursos, como de cuidador de idoso, massagista, direitos sociais das pessoas idosas, orçamento familiar participativo e geriatria.
AVALIAÇÃO – A programação do primeiro dia da reunião do Coletivo contou ainda com a avaliação da 1ª Plenária Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Terceira Idade e Idosos Rurais, realizada de 13 a 15 de junho de 2012, em Brasília. Foram apresentadas as principais resoluções aprovadas na ocasião e distribuídas cópias do DVD produzido neste evento.
O secretário da Terceira Idade da CONTAG, Natalino Cassaro, avaliou de forma positiva as discussões que aconteceram neste primeiro dia. “Estamos com a presença da maioria das FETAGs. A conversa realizada pela manhã interessou a todos. No período da tarde também, principalmente porque o grupo percebeu que é preciso inserir a terceira idade no PRONATEC. Já a avaliação da plenária e do vídeo foi maravilhosa. Ele conta a história de construção do movimento sindical. Amanhã, queremos também encerrar bem e fazer um bom debate sobre o 11º CNTTR”, avaliou Cassaro.
FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi