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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Grito da Seca



Grito da Seca' protesta e cobra ações do governo do RN nesta terça-feira
Trabalhadores rurais partirão do viaduto de Ponta Negra até a governadoria.
Objetivo é entregar pauta de reivindicações à governadora Rosalba.
Do G1 RN

Criadores perderam muitos animais de fome e sede no interior do Rio Grande do Norte (Foto: Aldair Dantas)
Trabalhadores rurais de todas as regiões do Rio Grande do Norte se reúnem em Natal nesta terça-feira (21) para participar do movimento 'Grito da Seca: sede de água, sede de direitos', que cobra ações do Governo do Estado em relação aos problemas provocados pela seca. A manifestação está marcada para as 8h, partindo do viaduto de Ponta Negra.
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De lá, cerca de cinco mil trabalhadores devem seguir, em caminhada, para as proximidades do Estádio Arena das Dunas, onde acontecerá um ato público. Em seguida, o grupo se destina para o Centro Administrativo. O objetivo é cobrar ações estruturantes do Governo do RN para a convivência com a seca.
Na semana passada, o Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (Coex) anunciou o cancelamento da edição 2013 da Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada – Expofruit, que aconteceria de 10 a 12 de julho, em Mossoró. Em nota, a organização do evento informou que o cancelamento se deu por dificuldades financeiras vividas pelos produtores, em especial os que trabalham em pequenas unidades produtivas, devido à prolongada estiagem, além da situação de calamidade provocada pela escassez de chuvas em todo o Nordeste.
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte (Fetarn), que está organizando o movimento em parceria com o Fórum do Campo Potiguar (Focampo), anunciou que vai entregar uma pauta de reivindicações à governadora Rosalba Ciarlini, destacando pontos como a questão da terra, os recursos hídricos, a assistência técnica, a concessão de crédito aos agricultores, a educação no campo e a segurança.
De acordo com o vice-presidente da Fetarn, Francisco José, o maior problema hoje é a falta de uma política definida de convivência com a estiagem. “Muitas ações são anunciadas, mas grande parte esbarra na burocracia e não sai do papel. Não existe uma política permanente de enfrentamento da seca”, afirma.
Um levantamento realizado pela Fetarn aponta que os prejuízos provocados pela seca à economia potiguar chegam aos R$ 5 bilhões. Segundo Francisco José, a grande preocupação, neste momento, é com o desequilíbrio da economia rural. “A situação é grave, e nós já perdemos 60% do rebanho bovino por causa da estiagem”, ressalta o vice-presidente, completando que o problema da seca não é só do campo: “A seca é uma questão que diz respeito também à cidade. Se o Governo não tomar as providências necessárias, é possível que haja racionamento de água até em Natal”.

Após a mobilização, os agricultores vão continuar em Natal para negociar com outros órgãos, como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Reivindicações
O movimento Grito da Seca: sede de água, sede de direitos tem uma pauta de mais de 50 reivindicações. Entre as principais, estão a criação de uma política de recursos hídricos para universalizar o acesso a água no Rio Grande do Norte; a implementação de um programa estadual de assessoria técnica permanente aos assentamentos e comunidades; a estruturação dos órgãos de assessoria e pesquisa; a ampliação do programa de distribuição de alimentos para os rebanhos; a renegociação de dívidas e o financiamento para estruturação produtiva da agricultura familiar; e a desapropriação de imóveis rurais pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).