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domingo, 16 de janeiro de 2022

A inflação pesou no bolso em 2021

 


O ano de 2021 foi marcado pelo retorno da inflação que chegou a 10,06%, no nosso País. Alimentos e bebidas ficaram inflacionados em 7,9%, depois de atingir 14% em agosto.

O aumento de preços contribuiu para o crescimento da pobreza, e seus efeitos devem perdurar em 2022, apesar da projeção de um índice menor pelo mercado, que fala em 5,3% segundo o Banco Central. Ainda assim o índice deve ser superior a meta de 3,75%, o que levará o BC a manter o aperto monetário com a alta da taxa de juros Selic.

A alta de juros, por sua vez deve contribuir negativamente para o crescimento do País, como aponta relatório do Banco Central, que estima crescimento do PIB para 2022 próximo a zero (0,28%).

O mercado de trabalho também deve sentir efeitos do baixo crescimento com a manutenção do desemprego acima dos 10%, pouco vagas com carteira assinada sendo criadas, e queda da renda corroída pela inflação.

A taxa de desemprego até outubro de 2021 estava em 12,1%, e o país contava com cerca de 13 milhões de desempregados. Uma situação grave para um país que passou de 2006 a 2015 com taxas abaixo de 10%, tendo atingido a mínima de 6,2% no fim de 2013.

O desemprego e a inflação castigam principalmente os brasileiros mais pobres que não têm emprego fixo e possuem renda abaixo da média no Brasil, que hoje é de R$ 2.449, praticamente o dobro do salário-mínimo, que em 2022 será de R$ 1.212.

A inflação ainda influenciou no valor da energia elétrica, que subiu o dobro do índice geral (21%) no ano passado. Mas o grande vilão foi mesmo o preço dos combustíveis e do gás de cozinha, influenciado pela alta do dólar.

Os preços dos alimentos e bebidas que tinham aumentado de forma expressiva no fim de 2020, arrefeceram com o fim do auxílio emergencial e a queda na renda da população.

Entre os 12 itens que compõe o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e que tiveram as maiores altas estão o café moído, a mandioca, o açúcar, o pimentão, o mamão, o fubá de milho e as carnes, conforme a tabela abaixo.
IPCA - Itens %
Índice geral 10,06
1. Etanol 62,23
2. Café moído 50,24
3. Mandioca (aipim) 48,08
4. Açúcar refinado 47,87
5. Gasolina 47,49
6. Óleo diesel 46,04
7. Pimentão 39,16
8. Gás de botijão 36,99
9. Mamão 36,01
10. Fubá de milho 32,82
11. Filé-mignon 30,91
12. Frango em pedaços 29,85

Fonte: IBGE (elaboração Dieese)

Diante da contínua e generalizada elevação dos preços no País e da fome que se alastra e volta a assombrar as famílias brasileiras, é preciso que o governo federal pense numa política economia que leve em consideração aqueles que estão em pior situação e que são os mais afetados, para que esses cidadãos brasileiros com menos poder aquisitivo possam ter acesso à alimentação e aos serviços básicos, como eletricidade, água tratada, saneamento e até mesmo a internet. Só a partir dessa sensibilidade poderemos evitar o aumento da desigualdade e da pobreza que bate todos os dias nas nossas portas.

FONTE: Subseção do Dieese/CONTAG