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sábado, 8 de junho de 2019

Terra e Território: Diversidade e Lutas





A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), Federações, organizações sociais, governos, parlamentares e ambientalistas, buscam através do Seminário Terra e Território: Diversidade e Lutas, construir ações conjuntas sobre questões agrárias e ambientais. O Seminário vai até sábado (08), na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema-SP. 
A ação coletiva abre reflexão sobre o momento em que atravessa o país, na perspectiva da construção de uma plataforma unificada sobre o debate da terra no Brasil.
 
Análise de conjuntura  
 
Nessa busca por respostas, João Stelide, da Coordenação Nacional do Movimento Sem Terra (MST), aponta que as organizações devem: “ampliar a luta pelo Território, fortalecer a produção de alimentos saudáveis para cidade, adotar a agroecologia como uma necessidade, incorporar a educação como meta fundamental para libertação das pessoas, pensar em politicas públicas que estruturem o meio rural, reafirmar a unidade da classe trabalhadora campo e cidade, e massificar as feiras camponesas”, destaca. 
O professor e coordenador do Curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC) apresenta vários desafios internacionais que refletem diretamente no campo brasileiro, como a forma que o governo do Brasil se submete aos interesses dos Estados Unidos, citando como exemplo a entrega da base de Alcântara no Maranhão para o governo americano. “A entrega da base de Alcântara no Maranhão significa uma base militar dos Estados Unidos, no Brasil. Isso lembra a forma de colonização e exploração no Brasil colonial, onde em troca das nossas riquezas, nos deram especiarias (objetos sem valor) e ficaram com o nosso país”, lembra.
Sobre a relação entreguista do atual governo diante dos Estados Unidos, e que tem refletido no aumento da violência do campo no Brasil, o secretário de Política Agrária da CONTAG e assentado da Reforma Agrária no estado de Goiás, Elias D’Angelo Borges, fala da mudança de foco do governo federal. “Mudaram as prioridades no governo federal. A partir de 2002, nós tivemos avanços nas questões sociais, na reforma agrária, na distribuição e democratização da terra, e mais recursos para o desenvolvimento social. Hoje, a lógica é privatizar, é vender as nossas terras de forma desenfreada para as multinacionais e para os grandes fazendeiros, sem levar em consideração os agricultores(as) familiares. Então diante dessa conjuntura, ou a agente se junta, ou vamos retroagir e perder o pouco que conquistamos”, afirma.
Caminho de unidade com outras organizações do campo e da cidade que fortalecem a classe trabalhadora também defendido pela secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Rosmarí Malheiros. “Diante da atual conjuntura, precisamos nos unir e tirar estratégias para fazer o enfrentamento contra o projeto do atual governo federal que entrega as nossas terras, a nossa flora, a nossa fauna e a nossa água, sem levar em consideração o povo brasileiro, principalmente os homens e mulheres do campo, e o Meio Ambiente”, destaca a representante da CONTAG.
Problemas ambientais e agrários que atingem diretamente a vida das mulheres. Como afirma a secretária de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais. “A abertura do nosso país aos interesses das multinacionais e às privatizações tem aumentado a violência no campo e ocasionado o assassinato principalmente das  mulheres. Por isso estamos aqui com outras companheiras para juntas construirmos uma plataforma conjunta”, afirma Mazé Morais, secretária de Mulheres da CONTAG.  
Durante o Seminário, a CONTAG também lança as publicações, Cadernos de Debates da Marcha das Margaridas 2019, Reforma Agrária: Nossa Luta Vale a Pena, e Programa Jovem Saber.
 
Contribuem diretamente com o Seminário, até sábado(08), os deputados federais Carlos Veras (PT/PE), João Daniel (PT/SE), Nilto Tatto (PT/SP) e Célio Moura (PT/TO).  

FONTE: Comunicação CONTAG - Barack Fernandes