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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Plano Safra incentiva retorno de família ao campo

A agricultora mineira do Projeto de Assentamento Papamel, no município de Unaí, Marlete Cordeiro de Brito, 50 anos, comemora a atenção dada nos últimos anos aos produtores do campo. Em 1994, ela e a família chegaram a se mudar para a cidade por causa das dificuldades que enfrentavam no meio rural. “Moramos um período na cidade porque não tinha uma terra. Meu esposo estava cansado de trabalhar nas fazendas e ganhar pouco, e meus filhos precisavam estudar. A gente estava com dificuldades. Moramos oito anos fora e, nesse tempo, varri rua, trabalhei como doméstica e ainda plantava umas coisas no meu quintal e vendia. Não foi um tempo ruim, mas a gente não tinha a fartura que tem hoje.” A mudança foi possível com o Plano Safra da Agricultura Familiar, criado em 2003, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que este ano disponibilizará R$ 39 bilhões para fortalecer as organizações econômicas e estimular a produção sustentável.
Há 11 anos, a família de Dona Marlete apostou no regresso ao campo. “Resolvi voltar porque o sonho do meu esposo era ter uma terra e eu também só sabia mexer com a roça. Aqui, a gente tem muito mais ajuda. Tudo que a gente planta, consegue vender. A vida no campo é mais tranquila, a gente consegue pagar as dívidas e sempre lutar pelos filhos.” Para viabilizar a vontade da família a agricultora recorreu às linhas de investimento do Pronaf para estruturar parte dos 23 hectares da terra que recebeu como assentada da reforma agrária. O primeiro empréstimo feito foi no ano de 2006, no valor de R$ 18 mil. O recurso foi aplicado na construção de um sistema de irrigação e na compra de novas vacas leiteiras. “Precisávamos melhorar nossa renda. Com o dinheiro do Pronaf, investimos na irrigação das nossas plantações e na compra de mais animais”, explica.
Para dona Marlete, o retorno foi melhor que o esperado. Hoje, ela, o marido e o filho mais novo, de 23 anos – que deixou a cidade há sete para ajudar os pais – tomam conta de tudo na propriedade. A produção da família inclui o cultivo de quiabo, milho verde, jiló, abobrinha, hortaliças e frutas, além da criação de galinha caipira e de gado de leite. Os produtos são comercializados nas feiras e nos mercados do município. Menos o leite, que é vendido diretamente para uma cooperativa da região.  “A gente não pensava que ia evoluir como a gente evoluiu. Não temos do que reclamar. Às vezes, até me assusto quando coloco na ponta do lápis e vejo o quanto tirei no mês”, revela.
E a agricultora planeja ir mais longe. “Estamos terminando de pagar nosso empréstimo e vamos tentar o financiamento de novo para fazer pastos, cercas, arrumar a ordenha e o curral dos animais”, enumera. Dona Marlete também pensa em comercializar seus produtos para os mercados institucionais do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), ações articuladas pelo MDA e tratadas com destaque em todas as edições do Plano Safra. “Tenho vontade de participar desse projeto. Acho que é um bom negócio, porque é um dinheiro extra que entra para gente, e que acaba nos ajudando mais”, reflete.
Entenda o Plano Safra da Agricultura Familiar
Todo ano, o Ministério do Desenvolvimento Agrário lança o Plano Safra da Agricultura Familiar, com vigência de julho a junho do ano seguinte O mês de divulgação é estrategicamente escolhido para se adequar com o início do calendário da safra agrícola brasileira. Desde 2003, quando foi instituído pela pasta, o Plano reúne um conjunto de políticas públicas que abrangem os serviços de assistência técnica e extensão rural, o crédito, a cobertura de renda no seguro, a garantia de preços, a comercialização e a organização econômica das famílias residentes no campo.
A cada lançamento, o Plano é também aperfeiçoado. Interação que permite ao agricultor familiar usufruir de melhores oportunidades e condições de crescimento. A inclusão do Selo da Identificação da Participação da Agricultura Familiar (Sipaf), do Seguro da Agricultura Familiar (Seaf) e do Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF), são alguns exemplos desse aprimoramento.